Nos últimos anos, temos acompanhado quase diariamente ataques e tentativas de destruição das nossas vidas e de nossas instituições no Brasil. Recentemente vivemos uma tragédia que ganhou proporções globais com o assassinato de dois profissionais que dedicaram suas vidas à proteção dos povos indígenas e à divulgação do que acontece em várias áreas do país hoje dominadas pelo crime organizado.

Enquanto cidadãs e cidadãos, professoras e professores, enquanto funcionárias e funcionários públicos deste país, externamos nossa indignação pelo que acontece no cotidiano das nossas vidas, e no dia a dia das/os profissionais que trabalham na Amazônia. Comunicamos, também, nossa extrema preocupação diante das últimas declarações do presidente da República, que se sentiu à vontade para achincalhar nosso sistema eleitoral e ainda de ameaçar a realização do pleito de outubro de 2022 ao declarar ao mundo sua intenção de não aceitar os resultados das urnas, o que nos coloca em situação de medo, de tensão, e, pior, sob censura.

Não podemos ignorar tais ameaças, visto que elas jamais cessaram em quase quatro anos de mandato obtido via eleições realizadas por meio eletrônico que agora parece ser um fato esquecido por conveniência eleitoreira. As ameaças, mesmo constantemente rechaçadas em todos os níveis institucionais e civis, apenas se modificam ao longo dos últimos anos e voltam a nos afrontar com desconfianças infundadas, notícias falsas e ataques que visam à destruição institucional e o acirramento de conflitos.

Nós, antropólogas e antropólogos que atuamos na Amazônia, expressamos que nossas armas são sutis, usamos de letras e não de baionetas, pois somos artífices da palavra oral e escrita na formação de recursos humanos, em defesa de coletivos humanos vulnerabilizados, na construção de conhecimento sobre a floresta e seus povos. Nos pronunciamos sobre a violência, que ganha escala em níveis perversos, ameaçando tirar nosso direito fundamental relativo à escolha dos nossos representantes na próxima eleição. A mera ameaça de não legitimar os eleitos pelo povo é afronta que não se pode tolerar jamais. Basta de desrespeito! Basta de golpismo!

Belém, 21 de julho de 2022

COLEGIADO DO PPGA

Os canais Farol de Alexandria e Antiguidade e Paradigmas no YouTube apresentam a 2ª Live da Série sobre Arqueologia da Amazônia com o título: Arqueologia e História das Cidades Antigas da Amazônia. Traremos dois arqueólogos com longa experiência em escavações na Amazônia:

Profª. Drª. Daiana Travassos Alves – Professora de Arqueologia da UFPA, tem publicações sobre arqueobotânica das culturas indígenas do Tapajós.

Ms. Rafael Almeida Lopes - Doutorando em Arqueologia pelo MAE/USP, pesquisa as produções cerâmicas dos sítios arqueológicos do Médio Solimões.

20/07/2022 – 19h  – Canal Farol de Alexandria no YouTube

LINK DA LIVE

https://youtu.be/uulL-vXv8tc 

LINK PARA INSCRIÇÃO NO EVENTO E PARA OBTER O CERTIFICADO

https://www.even3.com.br/alx2022

Caso não tenha conta no even3 ao fazer o login/inscrição será necessário criar uma conta.

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia divulga a Defesa de Tese da discente Glenda Consuelo Bittencourt Fernandes, intitulada  Arqueologia contemporânea e suas possibilidades: o caso da Capela Pombo em Belém-PA, que acontecerá no dia 08 de julho de 2022 às 9h, no miniauditório do PPGA/IFCH.

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia divulga a Defesa de Tese da discente Letícia Morgana Müller, intitulada  Escrito em ossos e dentes: dieta e saúde oral de populações pré-coloniais da Volta Grande do Rio Xingu (PA) por meio da análise de isótopos estáveis e bioarqueologia, que acontecerá no dia 28 de junho de 2022 às 9h, em ambiente virtual do PPGA/IFCH.

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), da Universidade Federal do Pará, vem a público manifestar sua solidariedade à antropóloga Beatriz Matos, docente do PPGA, companheira do indigenista Bruno Pereira assassinado, juntamente com o jornalista inglês Don Philips, enquanto combatia de forma incansável a violência contra os povos indígenas do Vale do Javari.

As mortes de Bruno Pereira e Don Philips se somam a outras mortes menos visibilizadas, nem por isso menos dolorosas; e todas têm a marca da estratégia cruel e violenta com a qual o governo brasileiro vem lidando com os povos da floresta e com aqueles que ativamente lutam por seus direitos.

Como pessoas cidadãs e pesquisadoras e, particularmente, como pessoas companheiras de trabalho de Beatriz Matos, reiteramos a nossa indignação, o nosso repúdio, a nossa profunda tristeza com o desfecho dessas duas semanas de angústia e revolta acompanhadas com perplexidade pelo mundo todo. 

Nossa solidariedade aos familiares de Bruno Pereira e Don Philips, aos povos indígenas do Vale do Javari, a todos os povos que vivem e lutam pela existência da floresta amazônica. Esperamos que essas mortes sejam elucidadas e que a crueldade contra esses povos, contra as pessoas e organizações engajadas nessas lutas causem indignação a todos os brasileiros. O Brasil não suporta mais tanta violência.

Nós Professores/as e Pesquisadores/as do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPA, nos solidarizamos com as famílias do Indigenista Bruno da Cunha de Araújo Pereira, companheiro da nossa colega Profª. Drª. Beatriz de Almeida Matos (PPGA/IFCH/UFPA), e do Jornalista Dom Phillips, desaparecidos no Vale do Javari/AM. Exigimos que as autoridades competentes em todas as esferas governamentais não meçam esforços para encontrá-los e para esclarecer esta situação.

A seguir reproduzimos a Nota divulgada pela família de Bruno Pereira:

Nota à imprensa da família de Bruno da Cunha de Araújo Pereira

Já são 48 horas de angústia à espera de notícias sobre Bruno Pereira e Dom Philips, que desapareceram no domingo quando viajavam no Vale do Javari, Amazonas. Durante todo o dia de ontem, tivemos poucas informações sobre a localização deles, o que tem aumentado este sentimento. Mas também temos muita esperança de que tenha sido algum acidente com o barco e que eles estejam à espera de socorro. Mantemos orações e agradecemos o apoio de familiares e amigos. Contudo, em virtude de mais de 48 horas do desaparecimento do nosso Bruno e seu companheiro de viagem Dom Phillips, apelamos às autoridades locais, estaduais e nacionais que deem prioridade e urgência na busca pelos desaparecidos. Compreendemos que Bruno possui vasta experiência e conhecimento da região, porém, o tempo é fator chave em operações de resgate, principalmente se estiverem feridos. É fundamental que buscas especializadas sejam realizadas, por via aérea, fluvial e por terra com todos os recursos humanos e materiais que a situação exige. A segurança dos indígenas e equipes de busca também precisa ser garantida.

Bruno é um dedicado servidor público federal pela FUNAI e muito apaixonado e comprometido com seu trabalho. Pai amoroso de duas crianças e uma moça lindas, Bruno é filho, marido, irmão e amigo, ele leva essa paixão para sua jornada toda vez que entra na mata com o propósito de ajudar o próximo. Pedimos às autoridades rapidez, seriedade e todos os recursos possíveis para essa busca. Cada minuto conta, cada trecho de rio e de mata ainda não percorrido pode ser aquele em que eles aguardam por resgate.

Beatriz de Almeida Matos (companheira de Bruno)

Max da Cunha Araújo Pereira (irmão de Bruno)

Felipe da Cunha Araújo Pereira (irmão de Bruno)

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia divulga a Defesa de Tese do discente Uwira Xakriabá - William César Lopes Domingues, intitulada  Entre o ouvido e o escutado: uma história da saúde indígena no Brasil, que acontecerá no dia 26 de abril de 2022 às 14h30, em ambiente virtual do PPGA/IFCH.

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia divulga a Defesa de Tese da discente Maria de Nazaré Barreto Trindade, intitulada  A “senhora do reino encantado de Guimarães” e suas contemporâneas: antropologia e literatura na trajetória da escrita feminina negra na Amazônia do entresséculos XIX e XX, que acontecerá no dia 08 de abril de 2022 às 15h, em ambiente virtual do PPGA/IFCH.

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia divulga a Defesa de Tese da discente Camille Gouveia Castelo Branco Barata, intitulada Trajetórias feministas na UFPA: luta, violência e memória entre mulheres, que acontecerá no dia 29 de março de 2022 às 14h30, em ambiente virtual do PPGA/IFCH.