Assessoria à prefeitura e a organizações sociais do Arquipélago de Marajó

Em parceria com as prefeituras locais e organizações sociais locais, o Programa ofertou oficinas de Antropologia, Arqueologia e História a professores residentes de municípios localizados no oeste do Arquipélago do Marajó para a produção de dois livros didáticos, publicados em 2011 e 2012. O projeto teve como objetivo capacitar docentes como autores de textos didáticos da rede pública e elaborar publicações paradidáticas para uso nas escolas do arquipélago. Todas as publicações produzidas foram distribuídas à rede pública de ensino municipal e estadual.

 

Oficinas de produção de história indígena

Por convite dos povos indígenas dos Rios Arapiuns e Tapajós, foram realizadas oficinas de produção de histórias e memórias no município de Santarém. O projeto teve duração de cinco anos e contou com a parceria e incentivo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Conselho Indígena Tapajós Arapiuns. Como resultados obtidos, destaca-se a produção de dois livros, intitulados “Povos Indígenas nos Rios Tapajós e Arapiuns”, que serão distribuídos aos coletivos, escolas indígenas e as escolas da rede pública municipal e estadual, em conjunto com o livro produzido com os resultados das pesquisas arqueológicas (2010-2014), intitulado “Um Porto, Muitas Histórias: arqueologia em Santarém”. Participaram do projeto as lideranças indígenas dos povos Arapiun, Borari, Cara Preta, Maytapu, Timbira e Tupinambá.

 

A Casa Brasil-África e suas Contribuições Sociais

A Casa Brasil-África (CBA), atualmente coordenada pelo Prof. Dr. Hilton P. Silva, foi proposta pelo o primeiro NEAB da Amazônia, o Grupo de Estudos Afro-Amazônico (GEAM) e criada através da Portaria nº 3313/2006, estando vinculada à Pró-reitoria de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pará (Prointer).

A CBA possibilita aos estudantes, pesquisadores, professores da rede pública e privada do ensino médio, fundamental e superior, bem como a diversos segmentos da população amazônica, o acesso e a produção de novos conhecimentos em substituição às visões estereotipadas e preconceituosas sobre os negros e suas origens. Adicionalmente, a CBA é um espaço que permite à população negra e à comunidade estudantil interagir e abordar assuntos, os mais diversos, no âmbito das relações étnico-raciais e das relações transatlânticas, contribuindo para a eliminação de preconceitos e discriminações de todas as ordens.

A promulgação da Lei 10.639, de 09 de Janeiro de 2003, alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), incluindo no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Africana e Afro-Brasileira”. A Lei estabelece que o conteúdo programático a ser desenvolvido pelas escolas deverá conter o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes a história nacional.

O Brasil mantém importante cooperação com países africanos, com destaque para o Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G). Uma atividade do Itamaraty, cujo objetivo é a formação de recursos humanos altamente qualificados, a fim de possibilitar aos cidadãos de países em desenvolvimento, realizar estudos universitários nas Instituições de Ensino Superior brasileiras. Na UFPA, estes estudantes são acolhidos e apoiados pela CBA para bem suceder em seus objetivos acadêmicos, vindo no futuro a colaborar para a melhoria de seus países de origem e, simultaneamente, com sua experiência de vida africana, ao interagir com professores e alunos da rede pública eles têm contribuído para os objetivos apontados na Lei 10.639/03 no Estado do Pará. Além disso, há um considerável interesse em pesquisar temas relacionados à África e às africanidades no Brasil, o que também é apoiado pela CBA. A soma de esforços de docentes brasileiros e discentes africanos vem sendo estimulada na perspectiva de transformar a visão dominante sobre o continente africano em nossa região.

Desde sua fundação a CBA vem trabalhando com representantes de movimentos sociais em apoio às lutas contra o preconceito e o racismo que sofrem os africanos e os afro-descentes, bem como possibilitando uma maior visibilidade aos estudos sobre as africanidades no Brasil. Através de suas atividades (palestras, seminários, oficinas, cursos, exposições, publicações, website e mídias sociais) a CBA tem contribuído para promover a divulgação da realidade contemporânea da África; para a produção de material educacional através da disponibilização de conteúdos livres via World Wide Web (www.casabrasilafrica.org, www.casaafricabrasil.blogspot.com.br/) sobre o continente africano; para a formação de professores para a inclusão da questão racial no ensino básico, fundamental e médio; e para subsidiar a criação de projetos pedagógicos que tornem o currículo escolar mais democrático e ofereçam elementos para a compreensão da contribuição dos povos africanos na formação do Brasil moderno.